Escuta ativa: o que é e como ela pode transformar um chefe em líder

Usando o bom, velho e culto (ou não!) português para começarmos a conversar sobre o assunto: já estamos todos carecas de saber que a comunicação é um dos maiores pilares (se não o maior) quando falamos em relacionamentos; sejam eles afetivos ou profissionais.

Mas de que vale uma boa comunicação se também não praticarmos a escuta ativa? Eis o X da questão.

Hoje, essa habilidade é considerada como uma soft skill nos processos de recrutamento, já que saber ouvir está diretamente relacionado com a empatia pelos colegas, e até mesmo com a destreza e atenção para solucionar problemas do dia a dia.

Vai muito além de simplesmente ficar ouvindo um interlocutor se expressando.

A escuta ativa também é uma forma de interação, uma vez que para se um bom ouvinte, é importante que a conversa flua a partir de indagações e demonstração de interesse naquilo que está sendo exposto, de forma a esmiuçar e dar continuidade àquilo que está sendo o motivo do diálogo.

A importância de se praticar essa habilidade

Assim como para qualquer outra habilidade, a pratica leva à perfeição. Quando você pratica a escuta ativa, você faz com que a outra pessoa se sinta ouvida e valorizada.

Pode soar esquisito dizermos que temos que praticar nossa habilidade como ouvinte, mas é isso mesmo! A escuta ativa não é passiva, pois envolve concentração e engajamento com aquilo que está sendo apresentado.

E quando falamos no engajamento, a interação e o interesse podem ser transmitidos ao orador usando mensagens verbais e não verbais, como manter contato visual, acenar com a cabeça e sorrir.

E quando projetamos essa skill da escuta ativa para um líder? No que isso impacta?

Aqui, meu caro leitor, é que surgem as diferenças entre os chefes e líderes!

Parece clichê nós ainda ficarmos fazendo esse tipo de comparação em pleno 2022, pois parece que estamos batendo numa mesma tecla (não que não estejamos, afinal!), mas falar sobre isso nunca é demais.

Pense nas seguintes situações:

  • Quantas vezes não esperamos o outro terminar a frase, e logo completamos com a “nossa resposta certa”?
  • Quantas vezes interrompemos o raciocínio de alguém sem permitir que o mesmo complete o seu pensamento?
  • Por que sempre acreditamos que a nossa resposta é melhor do que a do outro?
  • Por que a minha visão de solução do problema é melhor, mais efetiva e mais rápida e não me permite ouvir o que o outro tem a dizer?

Essas reflexões valem para todas as pessoas, mas, quando aplicamos isso a gestores que acham que fazer esse tipo de abordagem é estar sendo “o chefe solucionador de problemas”, temos um caso típico de falta de liderança.

Liderar não é saber de tudo ou trazer as respostas prontas, mas sim ter a humildade de ouvir os seus subordinados, ter o respeito de observar e ser capaz de reconhecer o que o outro pode agregar.

Em um mundo onde estamos nos recuperando de uma pandemia mundial, a empatia e a inteligência emocional perante os seus subordinados são um baita diferencial.

Para isso, dois pilares devem ser levados em consideração:

  • UM BOM LÍDER SABE OUVIR E ESTIMULA A SUA EQUIPE A FALAR. Ele promove a reflexão do grupo e estimula a participação ativa dos seus colegas de time; encorajando a equipe a falar o que pensa, criando oportunidade para conhecer as dúvidas, fazendo perguntas abertas, pedindo opinião e envolvendo todos do time na construção ou definição de uma ação.
  • O LÍDER TRAZ MAIS QUESTIONAMENTOS DO QUE RESPOSTAS. Uma excelente ferramenta de contribuição na resolução de problemas é perguntar! Sim, isso mesmo. Quando alguém chegar perguntando como deve resolver algo, uma boa maneira de fazer isso é perguntando mais sobre a problemática envolvida, ouvindo o profissional com atenção e estimulando a criatividade dele próprio na resolução do desafio, ajudando-o a pensar.

Líderes que praticam a escuta ativa nas empresas

Como já comentado, aplicar técnicas de escuta ativa no dia a dia da organização auxilia a melhorar relacionamentos e processos, obtendo resultados mais satisfatórios e elevando o índice de satisfação dos liderados.

E para a obtenção de sucesso nessa prática, algumas estratégias podem ser aplicadas no ambiente corporativo:

  1. Prepare o ambiente. Na escuta ativa, o ideal é que a conversa ocorra diretamente entre líder e liderados, sem a presença de mediadores que possam provocar ruídos durante a conversa. Isso estimula a confiança mútua e estreita a relação entre as duas partes.
  2. Deixe o seu interlocutor à vontade e livre de pressões. A ideia é criar um lugar de acolhimento em que as pessoas possam se expressar sem medo de represálias.
  3. Evite a utilização de computadores ou celulares durante as conversas. A não ser que seja estritamente necessário; afinal, ninguém gosta de conversar com alguém que está checando as redes sociais durante a reunião, não é mesmo?
  4. Demonstre interesse e empatia pelo escopo da conversa. Se dedique a ouvir o outro com atenção e interesse sinceros! Desenvolver empatia e compreender o ponto de vista do outro não significa necessariamente concordar com tudo o que ele diz, mas considerar suas preocupações, questões e necessidades no momento de liderar e tomar decisões.
  5. Faça sinais verbais ou corporais de estímulo e concordância. Isso demonstra atenção ao que está sendo dito e estimula o interlocutor a se expressar. Uma boa técnica é parafrasear as palavras do outro para desenvolver seus próprios argumentos, o que indica que o seu ponto de vista está sendo respeitado e levado em consideração na discussão.
  6. Observe a linguagem não verbal. A comunicação é a principal maneira de que dispomos para transmitir nossos pensamentos, mas não é a única. A linguagem corporal e as modulações do tom de voz podem fornecer preciosas informações durante a escuta ativa. Certifique-se de que a sua forma de se portar e seu tom de voz sugiram acolhimento e compreensão, evitando tons de desdém ou expressões de julgamento.
  7. Na escuta ativa, a compreensão verdadeira dos problemas e pensamentos do outro é o principal objetivo. Ser curioso e fazer perguntas são posturas necessárias para deixar claro que todos os pontos da conversa foram compreendidos adequadamente.
  8. Forneça feedbacks. Após a conversa, é importante fornecer ao seu interlocutor um feedback sobre tudo o que foi tratado e deixar claro que os pontos levantados por ele serão levados em consideração.

Para finalizar, vale ressaltarmos que a escuta ativa é um processo de troca!

Quando os colaboradores têm voz, a empresa consegue acessar a inteligência coletiva dos seus talentos e mover todos em uma única direção: o sucesso!

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